terça-feira, 19 de abril de 2016

1º dia - Versailles

Luxo e requinte na casa de Maria Antonieta


Suntuoso, do latim: sumptuosus.
Adjetivo: que demanda grande quantidade de dinheiro; de maneira dispendiosa. Em que há excesso de ostentação; pomposo.

Se me pedissem uma definição para o Chateau de Versailles, suntuoso seria uma palavra excelente, mas acho que ainda assim, não representaria com precisão o que é exatamente a “casa” de Maria Antonieta.

Quando se fala em Palácio de Versailles normalmente vem à mente das pessoas imagens da incrível Galeria dos espelhos ou dos muito bem cuidados jardins que compõem toda a propriedade, mas ele é muito mais. O lindo palácio representa a glória e ostentação da monarquia francesa nos séculos 17 e 18 e rende ao visitante, além de fotos incríveis, a sensação de estar mergulhado em história pura. Se parar por um instante, poderá imaginar um dos milhares de súditos do rei Sol cruzando os aposentos do palácio.


A história


A construção do palácio começou por volta de 1612, inicialmente um pavilhão de caça, que aos poucos passou a ser modificada para ser residência real. Foi Louis 14, o monarca absolutista conhecido como rei Sol, que em 1682 “finalizou” sua reforma e tornou o palácio a residência oficial do rei, transferindo toda a corte de Paris para a pequena cidade de Versailles. Nesse momento, cerca de 10.000 pessoas viviam no palácio, entre conselheiros, funcionários e toda a corte.

Aposentos do rei Sol


A inscrição no teto do palácio já deixava clara a politica absolutista do rei Sol, "o rei governa por ele mesmo"


Foi no reinado de Louis 16 que o palácio teve sua rainha mais famosa, Maria Antonieta, que se casou com o então delfim em 1770, com apenas 14 anos, e lá viveu até a queda do velho regime, a Revolução Francesa, em 1789.
 
Nos sentindo intimas de Maria Antonieta e seus filhos
Com a revolução francesa, o rei e a corte voltaram a Paris (onde foram julgados e guilhotinados) e o palácio foi fechado, até que se tornou museu.



A visita


Como estávamos hospedados próximos a estação Champ de Mars, do RER linha C, utilizamos esse meio de transporte, que não levou mais do que 30 minutos no trajeto até a estação Versailles Rive Gauche, bem próxima ao château.

Os trens com destino a Versailles são todos decorados no estilo do palácio


Como foi nosso primeiro dia na cidade, acabamos nos demorando no café da manhã, num café caro e muito ruim próximo à estação de trem. Não me lembro o nome, mas na dúvida, fuja de tudo que houver naquela região, pois tudo tinha cara de ser pega-turista mesmo.

Ao desembarcar na estação de trem existem sinalizações para o palácio e seu ingresso pode ser comprado numa galeria bem em frente. Essa pode ser uma boa opção, pois as filas da bilheteria do palácio estavam bem grandes.

Se a fila da bilheteria não era muito amiga, a de acesso chegava nos portões. Se puder, se programe para chegar no momento da abertura, assim você evita multidões e consegue realmente ver todas as dependências e anexos do palácio.

Versailles está dividido em 3 partes, o palácio, jardins e bosque e os palácios de Trianon e domínios de Maria Antonieta. Como a maioria dos visitantes começa pelo palácio, pode ser uma boa ideia começar pelos domínios de Maria Antonieta e ir subindo, assim, ao final do dia, a chance de encontrar o palácio menos cheio é menor.

Não fizemos isso, seguimos o fluxo junto com uma multidão de turistas que se encantavam, boquiabertos, com os detalhes, o luxo e a ostentação de uma época de ouro da monarquia francesa.

Vejam a beleza e a riqueza de detalhes do quarto da rainha Maria Antonieta, que foi a minha parte favorita do palácio.




Aqui a lindíssima Galeria dos espelhos. Louis 16 ordenou a colocação de 17 espelhos de forma estratégica em frente às janelas para que refletissem a vista dos jardins. Dificilmente você conseguirá presenciar esse efeito, pois essa é uma das salas mais emblemáticas do lugar, e mais cheia de turistas.







É possível realizar passeios de bote pelo Gran Canal.


Um dos bosques do palácio

Uma área de Versailles que muita gente não conhece são os domínios de Maria Antonieta, que incluem o Petit Trianon,um pequeno palácio que foi presente de Louis 16 para que a esposa pudesse descansar das chateações da corte, e uma pequena vila campestre, onde a monarca virava fazendeira. Essa última parte não conseguimos ver.

Detalhes do Petit Trianon:


Petit Trianon ao fundo




Uniforme da guarda que servia a rainha

Uma curiosidade: os uniformes da guarda real ficavam num corredor muito escuro, que apenas é iluminado por sensor, quando alguma pessoa mais interessada resolve conferir o que há ali.


Louças usadas por Maria Antonieta

Dicas gerais:


-Chegue cedo! Eu sei que já falei disso no começo, mas é sério, chegue na hora da abertura. A área de Versailles é realmente muito grande e os lugares são afastados uns dos outros. Preferencialmente, programe um dia exclusivamente para essa visita.

-Caso esteja com carrinho de bebê, deverá deixá-lo na entrada do palácio. Há um guarda volumes logo após a passagem dos portões de acesso, no lado esquerdo. Essa obrigatoriedade não é válida para os jardins, e recomendo muito que você volte para pegar seu carrinho se quiser conhecer o restante da propriedade.

-Dentro do palácio há lanchonetes, uma Ladurrè e uma filial da casa de chá Angelina. Você pode comer no local, mas uma ideia legal é aproveitar um dia de Sol e levar seu lanche para um picnic nas margens do Grand Canal. Muitos franceses vão até lá justamente para aproveitar os jardins, que tem o acesso gratuito.


-Na saída do palácio, indo para os jardins, existe uma lojinha maravilhosa, com várias opções para presentes ou lembrancinhas. Tem desde pratos decorativos até tapeçarias. 


-Mantenha seu ingresso com você, ele será necessário para entrar no Grand Trianon e Petit Trianon.

-Você consegue se deslocar dentro da propriedade de três maneiras:
            -a pé;
            -de trenzinho que vai do castelo principal ao Trianon
            -de carrinho elétrico que você mesmo dirige. Essa opção é cara, porém bacana para quem está num grupo de até 4 pessoas, capacidade máxima do carrinho.


Como chegar:

Aqui vou passar as informações postadas pelo ótimo Conexão Paris, leitura obrigatória para quem ama a cidade e quer planejar sua viagem.


-De trem à partir da estação ferroviária Paris Montparnasse até a estação Versailles Chantiers.

-De trem à partir da estação Paris Saint Lazare até a estação Versailles Rive Droite.

-De RER C, com parada em duas estações de Versailles: Versailles Chantiers e Versailles Rive Gauche. Versailles Rive Gauche é a estação mais próxima do castelo. Para descer nesta estação pegue o RER C5. A linha do RER C passa por várias estações em Paris: Saint Michel – Notre Dame, Musée d’Orsay, Invalides, Pont d’Alma, Champs de Mars Tour Eiffel.


Como disse antes, nossa opção foi pelo RER, linha C, pois estávamos hospedados muito próximos da estação Champs de Mars Tour Eiffel. Uma dica quanto as plataformas dos trens é a seguinte:

-na mesma estação/plataforma passam trens com vários destinos, preste atenção ao painel luminoso que indica o destino final.

-na mesma plataforma param trens de tamanhos diferentes e no chã da plataforma existe uma marcação quanto ao a isso. Essa informação também consta do painel luminoso e estará escrito "train court". É um trem menor e se você estiver na ponta errada da plataforma terá que dar aquela corridinha para não perder o trem, atenção.

Horários de funcionamento:

O Palácio, o Grand Trianon e os Dominios de Marie Antoinette estão fechados nas segundas, dia 1° de janeiro, 1° de maio e 25 de dezembro. O jardim e o parque de Versailles ficam abertos o ano todo.

Mais informações em http://www.chateauversailles.fr