quinta-feira, 30 de junho de 2016

O Lavandário de Cunha

Ares de Provence em pleno vale do Paraíba


Mal pude acreditar quando descobri, lendo uma revista, que tão perto da cidade de São Paulo havia um campo de lavandas inspirado nas plantações da Provence, no sudeste da França. 

O Lavandário foi idealizado pela produtora cultural Fernanda Freire, que, em 2009 comprou as primeiras mudas da planta e iniciou suas pesquisas para definir a espécie mais indicada para o plantio na região.



O resultado é um lindo e extenso campo que permanece florido o ano todo, graças a combinação de duas espécies e ao cronograma de plantio e poda.



Os campos de lavanda seriam, por si só, uma atração interessantíssima, mas o local conta ainda com um café em sua sede, que serve algumas delicias produzidas com a planta, como chás, bolos e até sorvete. Ali existe ainda uma lojinha onde você pode comprar aromatizadores de ambiente, chás, sal e azeites aromatizados, sabonetes e hidratantes, todos produzidos com o óleo essencial das plantas do lugar.
 
A casa sede também é construída com ares provençais



O Lavandário foi minha inspiração para conhecer a cidade, e não apenas vale a visita, como também tem um horário ideal para isso, o fim da tarde, para poder apreciar todas as cores produzidas pelos raios do Sol nas flores e, ao final, assistir a um pôr do Sol deslumbrante. 

Essa é, por sinal, a hora mais esperada pelos visitantes, que se posicionam no deck da sede para conseguir o melhor lugar para assistir e fotografar esse espetáculo.



Informações:

-O Lavandário fica na Rodovia Cunha-Paraty, no km 54,7 e a entrada é gratuita.

-Abre de sexta a domingo e nos feriados, das 10h até o pôr do Sol.

-Mais informações pelo site http://www.lavandario.com.br/

-Em Cunha, a poucos quilômetros do Lavandário, existe uma outra plantação de lavandas chamada Contemplário. Não conseguimos visitar, mas a impressão que tive vendo as fotos, e que foi reforçada com alguns depoimentos dos moradores, é que a vista do Lavandário é mais bonita e os serviços prestados no Contemplário são melhores, com mais opções para servir no café, e outros produtos na lojinha. Mais informações aqui http://contemplario.com

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Roteiro Cunha

O que fazer em um fim de semana


Se você procura uma cidade para curtir o friozinho do inverno, mas já se cansou da agitação de Campos do Jordão, a cidade de Cunha, localizada entre as serras da Bocaina e do Mar, pode ser uma opção incrível, com suas paisagens privilegiadas, restaurantes deliciosos, ateliês de cerâmica e lugares com características muito particulares.

A cerca de 235 km da cidade de São Paulo e 300 km do Rio de Janeiro, a cidade fica na estrada que vai até Paraty e a maior parte de suas atrações ficam justamente aí, na Rodovia Cunha-Paraty, que é muito boa, bem sinalizada, mas repleta de curvas.




Com pouco mais de 25.000 habitantes a cidade ainda conserva o clima típico de cidade do interior, com encontros na praça após a missa de domingo, festa junina ao lado da igreja e a simpatia dos seus moradores, seja atendendo o turista no comércio ou prestando uma simples informação.


Acredito que o ideal seriam 3 dias para se conhecer a cidade de Cunha sem pressa, mas vou mostrar o roteiro que fizemos em um final de semana. Alguns lugares ficaram para uma próxima visita, mas de forma geral, deu para ver bastante coisa e, sobretudo, deu muita vontade de voltar!

Antes de chegar na área urbana de Cunha você já encontra alguns lugares que valem uma paradinha. Se você gosta de leite e derivados de cabra ou quer conhecer, esse lugar se chama Café Capril.  


O café possui decoração e clima da roça, tudo muito charmoso e aconchegante. No cardápio, opções de bebidas, queijos e bolos feitos com leite de cabra. Para as crianças, ainda é possível visitar as cabrinhas, que possuem nomes e placas com identificação.



Na chegada a cidade, uma sugestão é ir direto ao mercadão municipal para conhecer as delícias da terra e dar uma passadinha no centro de turismo, que fica ao lado da entrada principal do mercado. Lá você pode comprar queijos, conservas de pinhão, doces e artigos da “roça”. É bem pequeno, mas vale a visita.



Um dos grandes apelos turísticos de Cunha são os ateliês de cerâmica de alta temperatura, que, em sua maioria, ficam na região urbana. A cidade representa um dos maiores pólos da América Latina nesse sentido, com 5 fornos que utilizam a técnica Noborigama, e outros tantos que utilizam técnicas diversas.

O cinematográfico ateliê Suenaga e Jardineiro

O ideal é você conhecer vários ateliês, com estilos diferentes, para entender bem como cada peça é feita. 
Ateliê Clélia Suenaga

Em dias específicos, é possível assistir a abertura dos fornos e retirada das peças. Ali, o ceramista dará uma aula completa sobre todo o processo de produção, desde o molde até a finalização da pintura.


Depois de conhecer os fornos (ou antes, dependendo da fome) faça uma paradinha para o almoço. Perto da região dos ateliês há o restaurante Drão, que serve trutas deliciosas, filé mignon e risotos. Tudo muito gostoso e num ambiente fora do comum. O dono é um holandês que possui na cidade um antiquário com peças que traz de suas viagens.

Restaurante Drão

Risoto com shitake e pinhão

Termine seu dia no Lavandário da cidade. Parada obrigatória em Cunha, O Lavandário traz para o Brasil as paisagens da Provence, na França. Com seus campos lilases e sede construída em pedra, o lugar é pura inspiração e deve ser visitado no final do dia, quando o pôr do Sol dá um espetáculo à parte.





Pôr do Sol no Lavandário
No dia seguinte, uma boa pedida é conhecer a cervejaria artesanal Wolkenburg. Lá as cervejas são produzidas seguindo a Lei de Pureza Alemã, de 1516, que estabelece que os únicos ingredientes permitidos são a cevada maltada, o lúpulo e água.


Lindo visual da Wolkenburg


Para chegar à cervejaria você vai atravessar cerca de 3 km em estrada de terra, mas o visual é recompensador. O lugar é cercado de verde, possui um laguinho e a cervejaria em si é bem grande. Eles sempre oferecem uma degustação dos 4 tipos de cerveja e depois você pode escolher comprar para degustar lá mesmo ou levar para viagem. A cerveja realmente é muito boa e nós trouxemos as 4 versões para casa.


Saindo de lá, uma sugestão é conhecer a Fazenda Aracatu. A fazenda propriamente é responsável pela criação de gado leiteiro Jersey e produtora de queijos e sorvetes que são vendidos na lojinha que fica na beira da rodovia. 


O lugar possui, como tudo em Cunha, uma decoração muito original e criativa, e comercializa também doce de leite, geleias, pães, além dos queijos e sorvetes que, garanto, valem o passeio. 

Fazenda Aracatu


Termine seu passeio em Cunha almoçando num dos deliciosos restaurantes da estrada Cunha-Paraty. Nossa sugestão é a Casa da Serra – Restaurante do Gentil, que serve massas deliciosas, mas que teve, ao menos no dia em que estivemos, lá um atendimento um pouco demorado.
 
Ravióli de abóbora do Restaurante do Gentil



Dicas gerais:
-A visita a cervejaria é ótima, mas demorada por conta da localização e acesso ao lugar. Se estiver com pouco tempo, mas quiser levar umas garrafas de cerveja, poderá compra-las no mercado municipal.

-Nós fizemos esse roteiro e saímos de Cunha, ou seja, da mesa do restaurante, por volta das 16h. Se ainda sobrar tempo, ou se fizer os três dias que indiquei no início, visite também o Contemplário. Trata-se de um outro campo de lavanda, que me pareceu ter uma estrutura melhor no sentido de ter mais acomodações para sentar e apreciar a vista, tomando um vinho, por exemplo.

-Cunha possui também opções para quem aprecia trilhas, cachoeiras e contato com a natureza.


Como chegar:
O acesso é feito pela Rodovia Dutra até a cidade de Guaratinguetá, de lá são mais 47 km até a cidade de Cunha.


-Contemplário:
Rodovia Cunha-Paraty km 61,5

-Lavandário:
Rodovia Cunha-Paraty km 54,7

-Drão - Alameda Lavapés 560 Vila Rica

-Fazenda Aracatu – rod cunha-paraty km 57

-Cervejaria Wolkenburg – rod cunha- Paraty km 65 – mais 3 km em estrada de terra

-Café Capril - rodovia Guará – Cunha, Km 41,5.

-Suenaga e Jardineiro – Dr. Paulo Jarbas da Silva, 150 Mantiqueira

-Clélia Jardineiro – Al. Lavapés, 550 Vila Rica


Scones

A tradição britânica para o chá da tarde


Finalmente consegui pensar numa receita para inaugurar essa sessão do blog, o Viajando na Cozinha. A ideia aqui é apresentar receitas gostosas, em sua versão mais original possível, dos países que estivermos falando no blog.

Essa receita entrou com muito atraso e a explicação (desculpa!!) é simples, não foi fácil encontrar uma receita britânica tradicional que não fosse o fish&chips. Então, quando vi essa opção de scones, achei uma ideia ótima e super fácil de ser feita.

Os scones são pãezinhos super simples, de origem escocesa, feitos com fermento comum para bolos. Sua base é bem neutra e pede sempre um acompanhamento, seja ele doce ou salgado, como geleias, manteiga ou requeijão.

Scones tradicionais


  • 225 gramas de farinha de trigo
  • 2 colheres de chá de fermento
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 30 gramas de açúcar
  • 55 gramas de manteiga
  • 100 ml de leite
Aqueça o forno em 180 C.


·      Numa tigela, misture a farinha, o fermento, o sal e o açúcar e, em seguida, junte a manteiga com as pontas dos dedos até que a mistura se pareça com uma farofa.


·      Aos poucos, adicione o leite até formar uma massa firme que não grude nas mãos.

·       Coloque a massa em uma superfície untada com farinha. Amasse e faça um círculo com cerca de 1 1/2 cm de altura e corte os scones. Eu usei um cortador porque já tenho aqui, mas você pode improvisar usando a borda de um copo.



·      Coloque os scones em uma forma forrada com papel manteiga e pincele-os com leite. Asse por 12 a 15 minutos.



  Sirva com manteiga ou geleia e creme de leite fresco batido. Aproveitei a ocasião para usar a geleia que compramos na lojinha do Palácio de Buckingham e fizemos também uma versão com Nutella para agradar ao paladar da minha pequena ajudante!!
     
***Os meus ficaram muito baixos, pois não deixei a espessura correta.
A receita original está no site da BBC, mas encontrei traduzida aqui

Quem fizer, fala aqui nos comentários!!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

3º dia - Ile de la citè, Notre Dame, Jardin du Luxembourg e Bon Marche


No terceiro dia do nosso roteiro, pegamos o RER C até a estação Saint Michel - Notre Dame e desembarcamos na Ile de la Cité, pequena ilha no centro do rio Sena que abriga, além de ruas muito charmosas que são a cara da cidade, uma preciosidade da arquitetura gótica, a Catedral de Notre Dame.


Fachada da Notre Dame. Vale muito uma visita.

Construída em 1163, a catedral de Notre Dame (Nossa Senhora) foi palco de capítulos muito importantes da história francesa, sendo talvez, o mais emblemático, a coroação de Napoleão Bonaparte, em 1804.

A obra de Jacques-Louis David, A coroação de Napoleão, está exposta no Louvre


A catedral gótica impressiona logo de cara e, garanto, nenhuma fotografia será capaz de captar com exatidão a grandiosidade e a riqueza de detalhes da sua linda fachada.

Essa foi a parte que mais me impressionou, são muitos detalhes!!

Interior da catedral

Vitrais maravilhosos

Vista da lateral
Maquetes contam a história da construção da Notre Dame



A entrada na catedral é gratuita e você vai enfrentar apenas uma fila para a entrada. No entanto, é possível subir em suas torres e ter uma vista espetacular da cidade, essa sim cobrada. Não subimos pois estávamos com os carrinhos das crianças e a escada é bem estreita, mas acredito que valha muito a pena subir os 422 degraus para bater um papinho com as gárgulas e ver lindas paisagens.



Depois de algumas voltas pela ilha subimos no sentido Saint German, procurando o Jardin du Luxembourg. Paramos para almoçar no delicioso Le Relais de L'entrecote e finalmente chegamos ao jardim.



O jardim, com cerca de 22 hectares, possui quadras de tênis, lago, espaço para crianças, cadeiras de descanso e me pareceu ser o queridinho dos parisienses, já que aqui, tive a impressão que a grande maioria das pessoas não eram os turistas, e sim os locais aproveitando um sábado de Sol.

Não ficamos muito tempo no jardim, mas foi o suficiente para as meninas se divertirem muito. Teve passeio de pônei, carrossel e um play com brinquedos bem bacanas.





Andamos bastante nessa região do Saint Germain, é muito gostosa, com vários cafés e lojas. Seguimos em direção ao Bon Marché, o shopping favorito dos parisienses e que abriga a Grand Epicerie Paris, que nada mais é que um mercado gourmet com produtos do mundo todo. 
Detalhe da decoração do Bom Marché


Aqui você vai encontrar azeites trufados, massas maravilhosas, vinhos, queijos, doces, pães e tudo o que puder imaginar. Uma boa ideia é comprar aqui algumas delícias para levar para o quarto do hotel e fazer um lanche gostoso. Foi aqui que provei meus primeiros macarons...eram gostosos sim, mas nomes como Ladurée e Pierre Hermé são imbatíveis. Aliás, nesse mesmo dia passamos na frente de um loja Pierre Hermé e a fila estava no meio da calçada.


Eram gostosos, mas deixe para provar em lugares mais especializados. 

Não tiramos muitas fotos do lugar, mas não poderia deixar de mostrar numa foto-mico como os franceses levam suas baquetes, assim, embaixo do braço mesmo!!





Dicas gerais:

-A Notre Dame possui uma lojinha com itens incríveis, desde crucifixos em prata até pingentes de puxador em feltro com bordados, tudo de muito bom gosto e para todos os bolsos.

-Muito próxima a Notre Dame está a Sainte Chapelle, uma capela espetacular em estilo medieval que possui um dos conjuntos de vitrais medievais mais belos do mundo. Você consegue incluir nesse mesmo dia de roteiro facilmente.

-Para quem é fã do filme Código da Vinci a igreja de Saint Sulpice está há cerca de 2 quadras do Jardin.

-Para quem fizer compras no Le Bon Marché ou em qualquer outra loja de Paris há o reembolso de parte dos impostos pagos, o Détaxe. A compra deve ser superior a 175 euros, numa mesma loja e no mesmo dia. Mais informações aqui 


Serviço:

-Notre Dame:
a catedral está aberta diariamente, das 8h às 6h45, aos sábados e domingos até 19h15.
As torres abrem diariamente, exceto em 1º de janeiro, 1º de maio e 25 de dezembro, nos seguintes horários:

          -de abril a setembro - das 10h às 18h30.
          -julho e agosto - das 10h às 23h aos sábados e domingos
          -outubro a março - das 10h às 17h30.

-Jardin du Luxembourg:
aberto diariamente das 7h até o anoitecer. Nos meses de inverno das 8h até o anoitecer.

-Le Bon Marche:
-Rue de Sevrés, 24 - Metrô Sevrés Babylone, linhas 10 e 12.
aberto diariamente das 10h às 20h. Até ás 21h às segundas e terças-feiras.