O que fazer em um fim de semana
Se você procura uma cidade para curtir o friozinho do
inverno, mas já se cansou da agitação de Campos do Jordão, a cidade de Cunha, localizada
entre as serras da Bocaina e do Mar, pode ser uma opção incrível, com suas
paisagens privilegiadas, restaurantes deliciosos, ateliês de cerâmica e lugares
com características muito particulares.
A cerca de 235 km da cidade de São Paulo e 300 km do Rio de
Janeiro, a cidade fica na estrada que vai até Paraty e a maior parte de suas
atrações ficam justamente aí, na Rodovia Cunha-Paraty, que é muito boa, bem
sinalizada, mas repleta de curvas.
Com pouco mais de 25.000 habitantes a cidade ainda conserva
o clima típico de cidade do interior, com encontros na praça após a missa de
domingo, festa junina ao lado da igreja e a simpatia dos seus moradores, seja atendendo
o turista no comércio ou prestando uma simples informação.
Acredito que o ideal seriam 3 dias para se conhecer a cidade
de Cunha sem pressa, mas vou mostrar o roteiro que fizemos em um final de
semana. Alguns lugares ficaram para uma próxima visita, mas de forma geral, deu
para ver bastante coisa e, sobretudo, deu muita vontade de voltar!
Antes de chegar na área urbana de Cunha você já encontra
alguns lugares que valem uma paradinha. Se você gosta de leite e derivados de
cabra ou quer conhecer, esse lugar se chama Café Capril.
O café possui decoração e clima da roça, tudo
muito charmoso e aconchegante. No cardápio, opções de bebidas, queijos e bolos
feitos com leite de cabra. Para as crianças, ainda é possível visitar as
cabrinhas, que possuem nomes e placas com identificação.
Na chegada a cidade, uma sugestão é ir direto ao mercadão
municipal para conhecer as delícias da terra e dar uma passadinha no centro de
turismo, que fica ao lado da entrada principal do mercado. Lá você pode comprar
queijos, conservas de pinhão, doces e artigos da “roça”. É bem pequeno, mas
vale a visita.
Um dos grandes apelos turísticos de Cunha são os ateliês de
cerâmica de alta temperatura, que, em sua maioria, ficam na região urbana. A
cidade representa um dos maiores pólos da América Latina nesse sentido, com 5
fornos que utilizam a técnica Noborigama, e outros tantos que utilizam técnicas
diversas.
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| O cinematográfico ateliê Suenaga e Jardineiro |
O ideal é você conhecer vários ateliês, com estilos
diferentes, para entender bem como cada peça é feita.
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| Ateliê Clélia Suenaga |
Em dias específicos, é
possível assistir a abertura dos fornos e retirada das peças. Ali, o ceramista
dará uma aula completa sobre todo o processo de produção, desde o
molde até a finalização da pintura.
Depois de conhecer os fornos (ou antes, dependendo da fome)
faça uma paradinha para o almoço. Perto da região dos ateliês há o restaurante
Drão, que serve trutas deliciosas, filé mignon e risotos. Tudo muito gostoso e
num ambiente fora do comum. O dono é um holandês que possui na cidade um antiquário
com peças que traz de suas viagens.
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| Restaurante Drão |
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| Risoto com shitake e pinhão |
Termine seu dia no Lavandário da cidade. Parada obrigatória
em Cunha, O Lavandário traz para o Brasil as paisagens da Provence, na França.
Com seus campos lilases e sede construída em pedra, o lugar é pura inspiração e
deve ser visitado no final do dia, quando o pôr do Sol dá um espetáculo à
parte.
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| Pôr do Sol no Lavandário |
No dia seguinte, uma boa pedida é conhecer a cervejaria
artesanal Wolkenburg. Lá as cervejas são produzidas seguindo a Lei de Pureza
Alemã, de 1516, que estabelece que os únicos ingredientes permitidos são a
cevada maltada, o lúpulo e água.
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| Lindo visual da Wolkenburg |
Para chegar à cervejaria você vai atravessar cerca de 3 km
em estrada de terra, mas o visual é recompensador. O lugar é cercado de verde,
possui um laguinho e a cervejaria em si é bem grande. Eles sempre oferecem uma
degustação dos 4 tipos de cerveja e depois você pode escolher comprar para
degustar lá mesmo ou levar para viagem. A cerveja realmente é muito boa e nós
trouxemos as 4 versões para casa.
Saindo de lá, uma sugestão é conhecer a Fazenda Aracatu. A
fazenda propriamente é responsável pela criação de gado leiteiro Jersey e
produtora de queijos e sorvetes que são vendidos na lojinha que fica na beira
da rodovia.
O lugar possui, como tudo em Cunha, uma decoração muito original e
criativa, e comercializa também doce de leite, geleias, pães, além dos queijos
e sorvetes que, garanto, valem o passeio.
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| Fazenda Aracatu |
Termine seu passeio em Cunha almoçando num dos deliciosos
restaurantes da estrada Cunha-Paraty. Nossa sugestão é a Casa da Serra –
Restaurante do Gentil, que serve massas deliciosas, mas que teve, ao menos no
dia em que estivemos, lá um atendimento um pouco demorado.
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| Ravióli de abóbora do Restaurante do Gentil |
Dicas gerais:
-A visita a cervejaria é ótima, mas demorada por conta da
localização e acesso ao lugar. Se estiver com pouco tempo, mas quiser levar
umas garrafas de cerveja, poderá compra-las no mercado municipal.
-Nós fizemos esse roteiro e saímos de Cunha, ou seja, da
mesa do restaurante, por volta das 16h. Se ainda sobrar tempo, ou se fizer os três
dias que indiquei no início, visite também o Contemplário. Trata-se de um outro
campo de lavanda, que me pareceu ter uma estrutura melhor no sentido de ter
mais acomodações para sentar e apreciar a vista, tomando um vinho, por exemplo.
-Cunha possui também opções para quem aprecia trilhas,
cachoeiras e contato com a natureza.
Como chegar:
O acesso é feito pela Rodovia
Dutra até a cidade de Guaratinguetá, de lá são mais 47 km até a cidade de Cunha.
-Contemplário:
Rodovia Cunha-Paraty km 61,5
-Lavandário:
Rodovia Cunha-Paraty km 54,7
-Drão - Alameda Lavapés 560 Vila
Rica
-Fazenda
Aracatu – rod cunha-paraty km 57
-Cervejaria
Wolkenburg – rod cunha- Paraty km 65 – mais 3 km em estrada de terra
-Café
Capril - rodovia Guará – Cunha, Km 41,5.
-Suenaga
e Jardineiro – Dr. Paulo Jarbas da Silva, 150 Mantiqueira
-Clélia
Jardineiro – Al. Lavapés, 550 Vila Rica