segunda-feira, 21 de agosto de 2017

7 dias em Santiago

Santiago, a capital do Chile, sofre uma verdadeira invasão brasileira nos meses de inverno, sobretudo nas férias de julho. São milhares de turistas em busca de neve, vinhos e vinícolas maravilhosos e o clima de cidade europeia. Além disso, a viagem é super rápida, cerca de 4 horas, e não é necessário ter passaporte (mas a gente leva pra garantir o carimbinho kkk).



Em nossas últimas férias fizemos parte dessa invasão. No nosso caso, a ideia era combinar o desejo da pequena de curtir a neve (culpa de Elsa) com nossa vontade de conhecer muitas vinícolas e provar vinhos diferentes (culpa dos vinhos mesmo!!)


A chegada

Ao planejar sua viagem a primeira providência é reservar seus assentos do lado correto do avião. Isso mesmo, para ter uma visão incrível da cordilheira toda nevada e ficar emocionado com a beleza, é melhor escolher o lado esquerdo do avião. Saindo da cordilheira ele ainda dá uma inclinada para esse lado.Você não vai se arrepender!!

Avistar a cordilheira, ainda do avião, pode ser muito emocionante, para mim foi!!

Ainda no avião

Na saída do aeroporto de Santiago, caso não tenha contratado nenhum transfer ainda no Brasil, a opção mais segura é pagar o serviço dos taxis oficiais, diretamente no balcão das empresas. Pagamos $24.000 até nosso hotel, na Providência (cerca de R$140,00). O pagamento pode ser feito em dinheiro ou cartão.

Resista a tentação de procurar um serviço mais barato e não credenciado. Existem muitos relatos de golpes envolvendo taxistas da cidade.


Como se locomover


Metrô
A cidade possui uma malha metroviária muito eficiente, praticamente todos os pontos turísticos podem ser acessados pelo metrô, inclusive muitas vinícolas. As tarifas variam entre 610 e 740 pesos, de acordo com o horário da utilização, e crianças não pagam.

Evite usar o metrô no horário do rush, pois os trens vem realmente lotados, do tipo que tem que esperar passar um em que você consiga entrar.








Táxi
Nós usamos esse serviço apenas na chegada e entre a estação de metrô Quilin e a vinícola Cousino Macul, que ficou em $2.200 pesos, então não tenho muita noção de valores. Mas nas minhas pesquisas pré-viagem descobri que os taxistas da cidade tem fama de aplicar pequenos golpes nos turistas, dando o troco incorreto, adulterando o taxímetro e cobrando taxas além do combinado. Dessa forma, deixo algumas dicas:


-Prefira usar o metrô ou até mesmo o Uber e nunca, jamais, use um táxi sem a indicação de oficial.

-Caso precise de um táxi, use os indicados pelo hotel ou restaurantes.

-Ao pagar o taxista, diga em voz alta o valor da cédula e observe atentamento o valor a ser devolvido. Dê preferência a notas de menor valor.

Carro alugado

Alugamos um carro para fazer o trajeto entre as vinícolas, pois nossa intenção era a de conhecer mais de uma no mesmo dia, algumas fazendo degustação, outras para o almoço. Na reserva do veículo pedimos um GPS e na hora da entrega ele não estava disponível. Ocorre que até aquele momento não havíamos precisado de chip para o celular e tivemos que correr atrás, o que nos fez perder a manhã, então se for usar esse recurso, já tenha o chip instalado para não ter problemas ou alugue um carro que já tenha o GPS instalado de fábrica.

Então fizemos assim: usamos o carro dois dias, um para ir até a vinícola Santa Rita e no outro para o Vale de Casablanca. As estradas são excelentes e esses trajetos foram muito tranquilos. 

As rodovias possuem duas formas de cobrança, pedágios eletrônicos, que são debitados dos dispositivos instalados nos carros, e também a cobrança manual. A eletrônica é cobrada por trechos e o dispositivo apita todas as vezes que passa pela indicação de cobrança, o que nos fez pensar que seriamos cobrados ao entregar o veículo, mas isso não ocorreu, já estava incluso no aluguel.

Pagamos por dois dias de aluguel U$138,00 pela Rentalcars (EUROPCAR) e deixo duas dicas:

-No Chile existe a Lei Seca e você pode ser parado a qualquer momento. Quando saímos da Santa Rita havia um carro sendo abordado pelos carabineiros (polícia) o que fez com que meu marido perdesse a vontade de beber nas visitas seguintes. Dessa forma, alugue um carro apenas se puder revezar com o "amigo da vez", ou se programe para passar muito tempo na vinícola, almoçar e descansar para não ter problema.

-Alugar carro para fazer várias vinícolas é muito mais barato do que contratar um transfer e a economia pode ser maior se você puder devolver o carro direto no aeroporto, na hora de ir embora. Assim, deixe essas visitas para os últimos dias da viagem.


Conectividade

Achei Santiago uma cidade super conectada. Todos os restaurantes tem sinal de Wi-Fi liberado, você nem precisa pedir senha. O mesmo acontece com o Shopping Costanera e o metrô, nesse caso em todas as estações existem Wi-Fi zone da Claro. 

Dessa forma, acredito que se você não tiver uma necessidade específica de se manter conectado, não precisará comprar chip de internet. Mas caso precise, recomendo que procure uma loja de telefonia no centro da cidade, pois nossa experiência com as lojas do Shopping Costanera foi bem desagradável. Ficamos mais de 2 horas para conseguir comprar e habilitar o chip, cada loja que entrávamos nos mandava para outra. Compramos um chip da Claro e simplesmente não conseguimos habilitar, pois o número de acesso sempre dava erro. Já estávamos desistindo e indo procurar um mapa para as vinícolas quando encontramos uma lojinha próxima a escada rolante que vendia capinhas de celular. O vendedor, muito atencioso, nos prestou alguns esclarecimentos e, claro, nos vendeu um chip da Entel. Ele mesmo colocou o chip e fez todo o procedimento de validação, saímos da loja com a internet on line.




O roteiro



Vou deixar aqui uma sugestão de roteiro pra 7 dias, que nós não fizemos a risca porque tivemos o tal imprevisto com o GPS e antes disso tivemos que adaptar alguns passeios em função da neve que caiu em Santiago em um dos dias.

1) Centro histórico - Museu de Arte Precolombino - Palácio e Centro Cultural la Moneda - Cerro Santa Lucia - Lastarria

2)Passeio de bike na Cousino Macul - Passeio pelo Bairro Itália

3)Los Dominicos - Museus Artequim e História Natural

4)Farellones

5)Cerro San Cristóbal - Pátio Bellavista - Parque Forestal - Museu de Belas Artes

6)Parada no Wine Bar da Concha y Toro - almoço e degustação na vinícola Santa Rita.

7)Vale de Casablanca - parada na Emiliana para compras - degustação na Bodegas RE - almoço na vinícola Casas del Bosque



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Montmartre e Marais

Flanando pelas ruas que são a essência de Paris


Lembram que eu disse aqui que na prática nosso roteiro por Paris sofreu algumas alterações? Então, vou colocar nesse post as partes mais bacanas dos últimos dois dias, porque, na verdade, algumas coisas foram mais burocráticas e repetidas,ok?


Montmartre

Sabe aquelas imagens de ruas enladeiradas e estreitas que vemos em filmes e revistas sobre Paris? Essas ruas ficam em Montmartre, o bairro mais alto da cidade e, na minha modesta opinião, um dos lugares mais emblemáticos, junto com o Marais. Aqui não existem grandes museus e o ponto turístico mais famoso é a Basílica de Sacre Coeur. 

Uma das muitas bancas de frutas e legumes da região

Nosso passeio começou em frente ao Moulin Rouge, no Boulevard de Clichy, chegando pela estação Blanche do metrô. Bem ao lado do Moulin Rouge, e em frente a estação, fica a Rue Lepic, uma ladeira com lojas de queijos, azeites e chocolates. Aliás, nós adoramos a Oliviers & Co, uma lojinha com dezenas de opções de azeites de todos os sabores, inclusive o melhor trufado que já provei na vida. 

Nessa mesma rua existe o famoso café Les Deux Moulins, onde foram filmadas as cenas do filme Amélie Poulin, uma atração para quem é fã.


Continuamos subindo, passando por cafés, restaurantes e procurando um lugar para o almoço. Passamos pela Rue des Abesses, Ravignon e Rue Norvins, até chegarmos na Place du Tertre, a famosa praça onde os artistas fazem desenhos e caricaturas dos turistas.

Na Place du Tertre com minha sacolinha de azeites na mão

A grande dica nessa região, lotada de turistas, artistas e pessoas não tão bem intencionadas é não dar trela para quem vier forçando para fazer sua pintura. Muitos começam a pintar sem perguntar se você quer e depois cobram pelo serviço, muitas vezes mal feito. Fora a chance disso ser apenas uma distração para levarem seus pertences. Fique atento.

Se continuar subindo a praça, encontrará um dos maiores símbolos da cidade, a Sacre Coeur. Em estilo bizantino, sua construção foi concluída em 1914, em mármore travertino, e desde então tornou-se um dos maiores cartões-postais de Paris. 




É proibido fotografar seu interior, de modo que essa foi a única foto que consegui.

Continuando nosso percurso, descemos a escadaria em frente a basílica, sempre cheia de turistas, até encontrarmos o carrossel, onde demos aquela paradinha estratégica para quem está com crianças. Seguimos à direita, no sentido do metrô Abesses. Essa é uma região com muitas lojinhas de perfumes em embalagens antigas, artigos de decoração como a Pylones (impossível sair de mãos vazias), livros e gravuras, uma delícia andar por aqui.

Seguimos pela Rue Ivonne Le Tac até a praça des Abesses, onde existe o Le mur des je t'aime, ou muro dos eu te amo, um muro onde a frase foi escrita em 300 idiomas. Romântico e fofo, vale a foto, mas não há mais nada a ser feito alí.


Se já estiver satisfeito com sua visita a Montmartre, a estação de metrô Abesses fica bem em frente. Esse é um passeio que pode ser feito em uma tarde ou manhã. 

Marais

O Marais está localizado na região central de Paris, no lado direito do Sena, muito próximo ao Louvre sendo, portanto, uma opção interessante para uma dobradinha Louvre/Marais.

Famoso por sua comunidade judia, possui sinagogas, livrarias, restaurantes e boulangeries especializados, mas hoje abriga e recebe todas as tribos, sendo considerada também a região gay da cidade.


Hôtel de Ville - a belíssima prefeitura de Paris

O bairro é servido por muitas estações de metrô, mas optamos por chegar pela Hôtel de Ville, que fica exatamente na frente do belíssimo prédio da prefeitura da cidade. De lá caminhamos até o Centre Georges Pompidou, o espaço que abriga acervo e exposições de arte moderna. Não entramos no museu, apenas demos uma volta no entorno e na praça Igor Stravinsky. Confesso que esse pedaço foi uma das regiões da cidade em que me senti mais insegura. Muita gente "suspeita"  apenas observando o movimento dos turistas.


Centre Georges Pompidou

De lá seguimos no sentido da Place des Voges, a grande estrela dessa região. Passamos por várias ruas com lojinhas lindas de decoração, azeites(novamente) e perfumes como a Durance, onde compramos velas e hidratantes muito bons e perfumados. 

Mas, sem dúvida, a parte mais gostosa desse passeio foi o piquenique que fizemos na Place des Voges. Conhecida como a mais antiga praça planejada de Paris e famosa também por ter abrigado, no número 6, o escritor Victor Hugo, é aqui que você ira encontrar uma cena tipicamente parisiense, moradores e turistas sentados nos gramados, curtindo um dia de Sol e fazendo piquenique.




E foi inevitável!! Cruzamos a praça, admirados com a quantidade de pessoas no gramado, e seguimos por uma ruazinha até o Boulevard Beaumarchais, onde encontramos uma boulangerie com uma fila considerável, garantia de bons produtos. Entramos e escolhemos algumas delícias para, então, voltarmos para a histórica praça onde fizemos um piquenique, descansamos e nos sentimos um pouquinho franceses por alguns minutos.


Dicas gerais:

-Esse passeio também pode ser feito em uma parte do dia, mas se quiser dedicar o dia todo para essa região você encontrará o Musée Carnavalet, que é gratuito e conta a história de Paris, e também o Musée Picasso.

-Existem muitas opções de cafés e restaurantes na região do Marais, mas o piquenique é uma instituição parisiense e você precisa ter essa experiência. A maioria das pessoas que encontramos ali eram francesas, mães com seus filhos, trabalhadores em horário de almoço e jovens aproveitando o dia com amigos.