Quem viu nosso roteiro de Paris, sabe que o Mont Saint Michel, na Normandia, não estava nos nossos planos de viagem. Ocorre que, após o primeiro dia com o carro alugado, constatamos o quanto as estradas são boas e bem sinalizadas e nos animamos para ir até o monte, a cerca de 360 km de Paris.
A história
Por volta de 708, o bispo de Avranches mandou construir a abadia sobre o Mont-Tombe, uma ilha rochosa na foz do rio Couesnon, em homenagem a São Miguel Arcanjo. Segundo a lenda, foi o próprio Arcanjo quem apareceu ao bispo, fazendo tal solicitação.
Não demorou para o monte se tornar um local de peregrinação e no século X os beneditinos se instalaram na abadia, desenvolvendo assim o vilarejo no sopé e posteriormente até a base do rochedo.
Destacando-se como uma fortaleza impenetrável durante a Guerra dos Cem Anos, suas muralhas e fortificações resistiram a todas as tentativas inglesas de tomar o lugar e manteve-se assim até a revolução francesa, quando a comunidade religiosa foi desfeita.
Em 1979 tornou-se patrimônio mundial da UNESCO e é hoje um dos monumentos mais visitados da França.
A visita
A subida ao monte começa justamente pela entrada do vilarejo. Ali existe uma quantidade incrível de lojinhas de souvenir, creperias, sorveterias e restaurantes, lado a lado, até chegar ao começo das escadarias que levam a abadia.
Aproveite para procurar um lugar para o almoço ou lanche. Nós comemos numa creperia localizada no segundo andar de uma loja, não me lembro o nome, mas ficava à esquerda de quem sobe.
O local é simples, seguindo o estilo de construção do lugar, mas os crepes eram bem gostosos e um crepe acabou sendo suficiente para cada um.
Uma curiosidade: o restaurante La Mere Poulard, aberto desde 1888 e que também possui um hotel, é famoso por fazer uma omelete tradicional que custa nada menos que 40 euros. Os valores ficam logo na porta e, confesso, já sabia dessa história do omelete mas fui dar uma olhadinha no cardápio para constatar o abuso kk.
Continuando a subida, muita escadaria e o acesso à abadia. Antes existe um pequeno museu, que não conhecemos. O acesso ao monte é gratuito, apenas a entrada no museu ou na abadia são tarifados.
Bem, chegando na abadia tudo tem proporções monumentais. Os espaços são imensos, a lareira gigantesca, enormes estruturas e muitos locais que nem conseguimos imaginar para o que serviam. Agora me ocorre que esse é o tipo de lugar em que vale a pena ter um guia para contar as histórias e curiosidades dessa construção tão antiga.
| Nave principal da abadia |
| Olhem lá atrás o tamanho da lareira, cabem umas 15 pessoas dentro!! |
Embora não tenhamos presenciado o fenômeno, a visita ao Mont Saint Michel é famosa pela oscilação das marés, que na maré alta cobre todo o entorno do monte, transformando-o em uma ilha. Caso queira apreciar esse espetáculo é preciso acompanhar a tábua das marés, pelo site oficial.
Como chegar
A partir de Paris existem três formas de se chegar ao Mont Saint Michel:-Com empresas de turismo;
-De carro alugado, pegando a estrada A13 para a Normandia. São cerca de 4 horas de viagem até lá.
-De trem. Pegue o TGV na Gare Montparnasse até a cidade de Rennes. Na estação existe um ônibus que faz a ligação ao monte.
Dicas gerais
-Como disse, nós fomos de carro alugado. Levamos, talvez, mais de 4 horas para chegar ao monte, o que tornou a viagem muito cansativa e pouco proveitosa. Se vale a pena? Se for sua única oportunidade de conhecer o monte, talvez, mas o ideal seria já incluir uns dois dias a mais na sua viagem e passar a noite no local. Fica menos cansativo, você tem a oportunidade de conhecer um pouco da Normandia/Bretanha, e pode apreciar o Mont Saint Michel a noite, vejam que lindo na foto abaixo (que não é minha). Nesse caso, você pode dormir no próprio monte ou no vilarejo fofo que fica na frente.
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| Crédito da imagem: wikipedia |
-Além da tal "omelete ostentação" a La Mere Poulard faz uns cookies deliciosos que são vendidos em latinhas fofas, uma ótima opção de lembrança.
-Aliás, agora vou falar mal....apesar de tantas lojinhas na ladeira do monte, nada ali é original, muita coisa made in China e quase nada feito na região. Decepção total para consumistas de plantão (eu).
-Embora não se trate de um castelo (com príncipes e princesas) esse passeio agradou bastante as crianças!!
-Na maré baixa é possível caminhar no entorno do monte, mas faça isso apenas com guias especializados.
-Na entrada do monte existe um banheiro pago. O chão está sempre sujo de terra, das pessoas que fizeram a tal caminhada. Mas de forma geral, você consegue usar sem problemas.








